24 de março de 2007

O MERCADO DE TRABALHO

Na fase da busca do emprego é que se conhece realmente como é o mercado, e ele não é nada diferente do que já havia descoberto ainda no Brasil. O começo da vida profissional aqui em Montréal é em parte parecida com a realidade de qualquer outro país, ou seja, além da qualificação, a indicação, experiência canadense e referências ajudam muito. Até o momento, o ponto mais evidente da empregabilidade de uma pessoa é a fluência no francês, sem dúvida nenhuma. Se você tem a fluência no francês, experiência, um bom CV (um para cada tipo de oportunidade e com carta de apresentação), poderá disputar boas oportunidades, o que não quer dizer que serão no mesmo nivel que tinha no Brasil, mas você não estará no grupo dos que terão que se contentar com os sub-empregos, o que não é vergonha alguma. Em dois orgãos de apoio ao imigrante, um do governo de Québec, e outro que é subvencionado pelo governo escutei a mesma coisa, "quem não fala bem o francês só consegue trabalho de carregador, lavador de prato, empacotador, etc" ou ainda "com nível básico de francês a pessoa é esplorada pelo empregador ganhando pouco fazendo trabalhos básicos". Mas se você estudar francês a tempo pleno (curso fornecido pelo governo) com o objetivo de ter fluência, e tiver um bom histórico profissional obterá bons empregos. A mensagem que se quer passar é que se você tem experiência, se dedique ao estudo de francês que as oportunidades serão bem melhores e consequentemente os salários. Porquê você vai enfrentar um trabalho mais duro se é qualificado. Outra coisa positiva e muito evidente aqui, existe muita oferta de emprego e em todas as áreas. É impressionante a quantidade de empresas de recrutamento gratuito, e outra coisa que no Brasil não existe, as Feiras de Emprego. Não dá nem para imaginar no Brasil feiras onde as empresas tem seus stands para captar os CVs dos profissionais diretamente. Parace mentira mas é a pura verdade. Vejam no link abaixo! Outro fator que também ajuda muito aqui em Montréal, a fluência no inglês. Se você tiver um francês básico mas for fluente no inglês poderá encontrar oportunidades interessantes em Montréal pelo menos, já que a província de Québec é francofônica.
Em resumo, a fluência no francês é primordial, o que não é novidade para ninguém que quer imigrar para Québec!
http://www.salonemploilaval.com/

11 de março de 2007

Os primeiros 50 dias de Canadá - Montréal

Depois de muito tempo sem atualizar o blog, estou de volta para continuar passando a experiência de viver no Canadá-Montréal como imigrante. Muitas, mas muitas situações foram vividas nesses 50 dias, e posso dizer com toda sinceridade que o resultado é super positivo. Não estou dizendo com isso que as coisas são fáceis, mas os resultados falam por si, e tenho certeza que o preparo de quase um ano está surtindo efeito, e um fator é decisivo na velocidade de solução dos problemas, o idioma! Se você fala francês ou inglês vai resolver tudo com facilidade, caso contrário terá mais trabalho pois o português aqui não serve para nada. Como minha esposa fala inglês muito bem e fala um francês razoável com um mês de Canadá já tínhamos todos os documentos, inclusive a carteira de motorista - Permis de conduire du Québec classe 5. E poderia ter sido mais rápido ainda, mas o obstáculo foi o aluguel do imóvel. Vou ser muito claro nessa questão pois ela é fundamental, digo até que é a prioridade máxima de qualquer novo imigrante. Sem endereço definitivo, comprovado através do contrato de aluguel, não se faz nada, não se pode tirar os documentos para começar a nova vida. Os documentos são: carte d’assurance maladie, carte d’assurance sociale, carte de résident permanent e a permis de conduire (se for o caso). E alugar um imóvel não foi nada fácil, pois como o meu objetivo era um apartamento ou casa de 3 quartos com dois banheiros (2 adultos e 3 crianças), num bom bairro (os filhos estudam na escola do bairro) com um bom preço é muito difícil, mais muito mesmo. Outro fator que atrapalha muito é o frio e a neve, pois dependendo do dia não dá para ficar andando pela rua muito tempo, e de carro é mais difícil de ver as placas e os anúncios de aluguel. Tem casos que a neve esconde a placa! Além disso, você terá que anotar o numero do telefone da placa e ligar para agendar uma visita, e isso toma bastante tempo. Através de anúncios de jornal só consegui ver imóveis ruins. Só consegui alugar o imóvel quando entrei em contato com duas imobiliárias, a Remax (corretora Marjolaine Lapointe) e a Sutton (corretora Svetlana Nozhka (Lana). Foi sem dúvida a melhor coisa que fiz, pois as corretoras foram nota 10, e agendaram várias visitas dentro do perfil de imóvel solicitado. Fechamos com o imóvel mostrado pela Lana. Além dos obstáculos acima ainda teve o problema das referências que o locador pede, bancária e pessoal. O primeiro imóvel que quis fechar me foi negado pelo dono porque eu e minha esposa não tínhamos emprego, e olha que eu dei referência bancária (tenho conta em Montreal aberta do Brasil e com transferência de histórico), e referências pessoais em Montréal. Como alguém recém chegado como imigrante a poucos dias pode ter emprego. Sem ter um imóvel alugado não se tira os documentos, e sem os documentos não se pode trabalhar. Em resumo, se eu não consigo alugar um imóvel como vou trabalhar. O dono do imóvel chegou a dizer para o corretor que quando eu tiver um emprego ele me aluga a casa. Quando eu tiver um emprego eu já estarei morando em algum imóvel e não precisarei mais alugar o dele! Que incoerência!
Vamos ao dia-a-dia, depois de alugar o imóvel e mobiliar o básico para dormir fomos tirar os documentos, e os órgãos públicos de Montreal funcionam muito bem, com atendimento sempre através de senha ou ordem de chegada, nesse caso sendo a pessoa chamada pelo nome e/ou sobrenome. Os únicos documentos trazidos do Brasil que precisaram ser traduzidos foram a carteira de motorista (traduzida no consulado brasileiro) e a certidão de nascimento da minha filha de 9 anos para fazer a matricula na escola. No caso da certidão não entendi o porquê, já que os meus filhos de 12 anos não precisaram. Os funcionários são sempre cordiais e todos são tratados com igualdade, independente se é canadense ou não. Montreal é definitivamente uma mistura da França com os EUA, tendo o lado bom dos dois países como a belezas da arquitetura francesa e da infra-estrutura americana. Mas uma coisa definitivamente não existe, aquela paranóia americana esperando um atentado a qualquer momento, ou um processo por esbarrar em alguém! Mas devido a tantas nacionalidades diferentes juntas, as pessoas não são tão certinhas como nos EUA. Vi pessoas avançando o sinal e papel no chão em alguns lugares, mas a policia funciona e muito bem.
Agora estamos na fase da busca do emprego e o fator do francês é básico, ou seja, quanto melhor o francês falado melhor as oportunidades. Se você fala o francês básico terá que se contentar com trabalhos mais básicos. Mas pelo que percebo aqui é que só não trabalha quem não quer, pois emprego tem muito. Outra informação importante, se você fala inglês fluente e tem um francês básico poderá encontrar oportunidades razoáveis em Montreal. Complicado também, é que aqui para cada oportunidade de emprego o currículo deve ser “customizado”, ou seja, moldado de acordo com a vaga. Além disso, cada currículo deve ser acompanhado de uma carta de apresentação (em francês) que mostre ao empregador quais são as suas qualidades, capacidades e por que ele deve te contratar. Foi-se o tempo de fazer mil cópias do CV e panfletar por aí. É muito trabalho duro mesmo.

LINKS IMPORTANTES

http://www.remax.ca/
http://www.suttonquebec.com/
http://emploiquebec.net/francais/index.htm
http://www.monster.ca/
http://www.saaq.gouv.qc.ca/index.php
http://www.consbrasmontreal.org/home.aspx